quarta-feira, 9 de junho de 2010

Eu queria poder...




Bem, mas isolada no seu canteiro estava uma rosa apenas entreaberta cor-de-rosa-vivo.
Fiquei feito boba, olhando com admiração aquela rosa altaneira que nem mulher feita ainda não era.
E então aconteceu: do fundo de meu coração, eu queria aquela rosa para mim.
Eu queria, ah como eu queria.
E não havia jeito de obtê-la.
Se o jardineiro estivesse por ali, pediria a rosa, mesmo sabendo que ele nos expulsaria como se expulsam moleques. Não havia jardineiro à vista, ninguém.
E as janelas, por causa do sol, estavam de venezianas fechadas.
Era uma rua onde não passavam bondes e raro era o carro que aparecia.
No meio do meu silêncio e do silêncio da rosa, havia o meu desejo de possuí-la como coisa só minha.
Eu queria poder pegar nela.
Queria cheirá-la até sentir a vista escura de tanta tonteira de perfume.

Tirei daqui óóóó

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